sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Tribo indígena quer que Jeep deixe de usar nome Cherokee

Chefe da Nação Cherokee afirmou que ter nome estampado em carros 'não nos honra'

Desde os anos 70, a Jeep batiza os modelos Cherokee em homenagem à famosa tribo indígena, mas pela primeira vez o chefe da Nação Cherokee pediu que a marca deixe de usar a denominação em seus carros.
Chuck Hoskin, Jr., principal representante da maior tribo Cherokee dos EUA, afirmou à revista Car and Driver ter “certeza que isso algo é bem-intencionado, mas não nos honra ter o nosso nome estampado na lateral de um carro”.
Ainda segundo o chefe indígena, “a melhor maneira de nos homenagear é aprender sobre nosso governo soberano, nosso papel neste país, nossa história, cultura e idioma e ter um diálogo significativo com tribos reconhecidas federalmente sobre adequação cultural”.
A declaração ocorre num momento em que crescem os apelos por justiça social no país, após os protestos do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). Além disso, iniciativas no esporte também têm dado forças para que referências consideradas ofensivas sejam abandonadas.
No ano passado, o time de futebol americano da capital Washington decidiu abandonar o nome ‘Redskins’ (pele vermelha), que era usado desde 1933 após uma longa controvérsia. Antes disso, em 2018, o time de beisebol Cleveland Indians eliminou o mascote ‘chefe Wahoo’ que era exibido nos uniformes. A agremiação agora está à procura de um novo nome após anunciar que deixará de se referir ao povo indígena.
De volta aos carros da Jeep em 2013
O nome Cherokee é utilizado pela Jeep desde 1974 quando batizou uma perua da marca. Desde então, a tribo batiza dois dos seus utilitários esportivos mais importantes, o Cherokee e o Grand Cherokee.
Curiosamente, em 2002, a montadora resolveu substituir o nome do SUV menor pelo termo “Liberty” nos EUA. Em 2013, no entanto, a Jeep voltou a batizar o modelo como Cherokee. Além do nome, a marca também faz referência indireta à outra tribo, a Mojave, que também é o nome de um deserto no estado de Nevada.
A revelação da revista Car and Driver ocorre às vésperas de a Jeep começar a vender o novo Grand Cherokee L, a partir de abril. A quinta geração do SUV foi revelada no início de janeiro na versão alongada, para sete ocupantes.
Agora parte do grupo Stellantis, a Jeep é a marca mais global da gigante automobilística e certamente seus executivos não desejam ser envolvidos numa polêmica com grupos minoritários.
À C&D, a montadora afirmou que “os nomes de nossos veículos foram cuidadosamente escolhidos para homenagear e celebrar o povo nativo americano por sua nobreza, coragem e orgulho”, mas não fez qualquer menção sobre a intenção de rebatizá-los.

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