Nem tão cedo para não dar tempo de julgar de novo, nem tão tarde para dar tempo de se candidatar ano que vem, e no momento certo para prescrever os crimes. Não é mesmo para inocentes, e tudo que esse teatro carrega em sua aparência, devido processo legal e aplicação da CF, é apenas o meio para alcançar o fim.
Não deu pra absolver? Anularemos o julgamento. Fosse eu um desavisado indagaria quem era o advogado do réu esbravejando histericamente? Era um juiz parcial, suspeito, conclamando e desrespeitando o voto do seu par!
Mas eu não serei cúmplice desse conto de fadas, não serei escravo dessa contemplação demente da vergonha que assisti, mas vocês, que aplaudem esse sofismo de Independência do Judiciário, envergonhem-se engolindo sua mediocridade.
E, irresignado mas não vencido, termino citando Zola, que em 1898 já dizia:
- "Essa verdade, essa justiça que tão ardentemente desejamos, como é triste vê-las assim achincalhadas, ignoradas e obscurecidas!" ... "E assim vemos o vilão triunfar insolentemente da derrota do direito"...
Padece o Tribunal que muda votos, interpreta leis e conduz entendimentos, beijando episcopalmente a mão do réu. E este, antes condenado, torna-se mais imaculado que o Papa, emanando luz, como um santo de vitral.
Não há o que se faça, pois os reis do Brasil, os partidos políticos, mandam no país, são os reis absolutos, e por comandar os três poderes, estão acima das leis, das vontades e da democracia, outrora prestigiada, hoje vilipendiada, antes exaltada, hoje humilhada, agonizando em berço esplêndido.
Um comentário:
Como afirmava Brizola : "esta é a esquerda que a direita gosta".
Golbery lança Lula
Da entrevista do ex-deputado Sinval Boaventura ao Jornal Opção na edição de 22 a 28 de janeiro de 2006.
“Repórter: É verdadeira a história de uma reunião na casa do então deputado Simões da Cunha, na qual a deputada Ivete Vargas teria contado que saíra de um encontro com o general Golbery e este revelou que ia projetar o sindicalista Lula para ser o anti-Brizola ?
Sinval Boaventura: A Ivete Vargas* disse que tinha estado com o ministro Golbery, na chácara dele, e que ele dissera que precisava trazer o Brizola para o Brasil, porque ele estava se tornando um mito muito forte fora do país. Que era melhor ele voltar e disputar eleição, porque assim perderia o prestigio politico. Fui ao Golbery e ele confirmou a conversa com a Ivete. Explicou que sua estratégia era estimular a imprensa para projetar o Luiz Inácio da Silva, o Lula, um grande lider metalúrgico de São Paulo como uma liderança inteligente expressiva, para ser preparado como o anti-Brizola. Sou testemunha desta tese do general Golbery. “
*Ivete Vargas cujo marido trabalhava para Golbery, em 1979 presidiu uma das facções que disputaram o controle da sigla do PTB, com o grupo de Leonel Brizola, e finalmente, em 1980, por decisão do TSE, ganhou a disputa, e se tornou a Presidente Nacional do Novo PTB. Um novo PTB, governista, criado exclusivamente para enfraquecer Brizola.
Postar um comentário