Qualquer pessoa que não seja surda ouviu perfeitamente ele dizer que o PT deveria fazer no Brasil os extremos que ocorrem no Chile
Quanto vale a palavra de alguém que nunca acha absolutamente nenhuma dificuldade em dizer hoje o contrário do que disse ontem, e dirá amanhã o contrário do que disse hoje, e assim por diante? Não vale nada. Não vale nada nem para quem diz e se desdiz, porque chega uma hora em que nem ele mesmo sabe mais o que disse e o que não disse.
Eis o ex-presidente Lula, na sua exata medida. Qualquer pessoa que não seja surda, e também não entenda a linguagem de sinais, ouviu perfeitamente ele dizer, logo após sair da cadeia, que a militância do PT e da esquerda deveria fazer no Brasil o que os extremistas têm feito no Chile, com os resultados que todo mundo sabe: destruição, incêndios, quebra-quebra, baderna, agressões e mortes.
Também ouviu ele dizer que suas forças devem “atacar”, e não apenas se defender. (Nem é preciso mencionar que, além disso, chamou o ministro Sergio Moro de “canalha” e o promotor Deltan Dallagnol de “chefe de uma quadrilha que roubou a Petrobras”)
Agora, depois que o ministro Paulo Guedes chamou essas palavras pelo que elas realmente são – uma exibição de barbárie, e uma convocação aberta à desordem – Lula achou que era melhor se desdizer.“Nunca me viram incitando o quebra-quebra”, disse ele.
Mentira: foi exatamente isso que ele acabou de fazer, em público. Daqui para frente, vai ficar repetindo essa mentira até achar conveniente se desdizer de novo – e assim seguirá na sua vida.
Como acaba de receber, pela segunda vez, uma condenação por 3 x 0 no TRF-4, na sentença que o condenou por corrupção passiva no caso do “sítio de Atibaia”, pode ser que volte logo a pregar a baderna.
O ex-presidente, cada vez mais, depende de golpes jurídicos no STF para continuar vivo politicamente – e sabe, também cada vez mais, que se esse jogo não puder ser mantido para sempre, sua única estrada será a tentativa de virar a mesa.
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