Não há gente batendo cabeça, brigas entre “autoridades” e medidas desconexas entre si. A abordagem é científica, técnica e objetiva
Coisas que começam bem não estão destinadas, obrigatoriamente, a acabar bem – mas não se discute que é muito melhor começar bem do que mal. É o caso do Brasil diante do Conavid- 19 (também podem me chamar de coronavírus), a mais agressiva de todas as epidemias que se espalharam pelo mundo nas últimas décadas, desta vez com origem na China.
Por todas as deficiências ou calamidades da nossa saúde pública, e da situação de alto risco que o país vive de forma quase permanente, as expectativas, mais uma vez, eram as piores possíveis. Não é o que está acontecendo. O Brasil, ao contrário de tudo o que se poderia temer, os serviços de saúde do governo, a medicina em geral e a alta competência dos infectologistas brasileiros estão reagindo muito bem ao início do ataque.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o dr. David Uip, diretor do Instituto Emilio Ribas de São Paulo, principal centro de infectologia do Brasil e coordenador do Centro de Gerenciamento do Coronavírus, e mais toda uma equipe médica de primeira linha estão fazendo o que tem de ser feito.
Estão se saindo melhor do que a China, que combate a epidemia com métodos de ditadura, e a Itália, que não a está combatendo adequadamente com métodos da democracia. Não há gente batendo cabeça, brigas entre “autoridades” e medidas desconexas entre si. A abordagem é científica, técnica e objetiva – e não política.
A primeira e bem sucedida quarentena, envolvendo brasileiros que vieram diretamente da China, foi uma mostra de competência. Agora, com o vírus se espalhando pelo mundo, as coisas ficam mais difíceis. Mas o Brasil está se revelando capaz, até o momento, de comprovar que em matéria de saúde pública, como observou a revista The Economist, a honestidade funciona bem mais que a esperança.
J. R. Guzzo - Jornalista
Um comentário:
Postar um comentário