quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Paulo Guedes e os parasitas que afundam o Brasil ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

A grande mudança havida na política brasileira com a posse do Presidente Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro de 2019, foi a de destrinchar  o “cadáver” da corrupção que corroía o Estado Brasileiro, desde 1985, mais fortemente na “Era PT/MDB”, de 2003 a 2018, onde se estima uma “roubalheira” no erário em montante superior ao PIB brasileiro, e que estaria  em torno de 10 trilhões de reais.
Os dados meramente parciais que foram levantados até agora por diversas operações da Polícia e do Ministério Público Federais, destinados a identificar toda a roubalheira do “passado”, apresentam números estarrecedores, demonstrando uma corrupção em montante que não encontra paralelo no mundo.
Luiz Carlos Bresser Pereira, economista, cientista político e social, administrador de empresas, advogado, professor da Fundação Getúlio Vargas, e Ministro nos Governos Sarney e FHC, conseguiu definir com rara maestria, no livro “Desenvolvimento e Crise no Brasil”, o perfil de grande parte dos Servidores Públicos brasileiros que, segundo ele, seria de caráter “parasitário”. E a palavra “parasita” fala por si mesma, dispensando qualquer explicação adicional.
Mas a grande admiração que eu sempre tive pelo ilustrado professor caiu por terra desde o momento em que, em primeiro lugar, conseguiu “explodir” com a economia do país no Governo Sarney e, em segundo, quando começou a “flertar” e andar de “mãozinhas dadas” com o pessoal do PT, Lula, ”et caterva”, momento em que percebi com clareza que toda a sua “teoria” não correspondia à prática das “alianças” políticas espúrias pelas quais optou.
Mas o aprendizado que tive com o professor valeu. Aprendi que jamais o desenvolvimento econômico de um país, ou seja, o seu progresso, pode ser entregue ao comando tanto de servidores públicos, quanto de políticos, o que dá no mesmo, porque essa seria a política do atraso de um país, a entrega dos seus destinos a “parasitas”.
Mas o que vemos hoje no Brasil é um país sendo governado, regido por leis, e “julgado” nos tribunais exclusivamente por servidores públicos, políticos com mandatos eletivos, e outros agentes políticos (juízes e tribunais), que além de não produzirem absolutamente nada na atividade econômica, ”consomem” quase todas as riqueza produzidas pela sociedade civil, em vista das milionárias remunerações e mordomias de toda espécie que têm, asseguradas mais acentuadamente aos chamados “agentes políticos” (juízes, parlamentares federais, estaduais e municipais, procuradores, etc.).
Esse é o caráter não só “parasitário” a que se refere Bresser Pereira, porém, mais do que isso, o que me permito acrescentar, verdadeiramente “predatório” da sociedade civil, do país inteiro. Os produtores da atividade privada - trabalhadores e empresários - se tornam dessa maneira verdadeiros escravos dos “parasitas” acampados nos Três Poderes Constitucionais, muitos servidores públicos e agentes políticos, que nada produzem, e muito consomem, mais que todos os “outros”. Resumindo: uns produzem, e outros só consomem. Essa é a maldita roda-vida que leva o povo brasileiro de arrasto.
Na verdade, as melhores governanças que teve o Brasil até hoje foram na época em que, excepcionalmente, o país não foi dirigido por políticos, através de “eleições”. Foi de 1964 a 1985, no chamado “Regime Militar”.  No aspecto de “honestidade”, por exemplo, não dá nem para comparar. Basta dizer que alguns dos últimos governantes do país encheram os seus “rabos” com tanto dinheiro sujo que chegaram a se tornar “bilionários”, até com fortunas “escondidas” em todos os paraísos fiscais.
Mas enquanto alguns se tornaram bilionários “governando”, nos momentos em que abriram as ”sucessões” por morte dos 5 (cinco) ex-Presidentes do Regime Militar, as “fortunas” deixadas por eles para os seus sucessores, nos respectivos inventários, foram totalmente compatíveis com as suas modestas aposentadorias. Nenhum herdeiro dos 5 generais ficou rico. Todos eles morreram como viveram: modesta e honestamente. E essas “fortunas”, deixadas de herança, SOMADAS, não chegam talvez nem a 1/50 do que um só ex-Presidente “civil” acumulou roubando.
Por aí se vê que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, tem toda a razão quando reclama dos “parasitas” que “atrapalham” o Serviço Público, que não são todos, é claro, mas cuja proporção é infinitamente maior que na atividade privada, em vista das “estabilidades” que têm. A única dificuldade é “entrar”. Mas depois que “entram”, ninguém mais tira. Por isso seria preciso, realmente, igualar as condições de trabalho entre o Serviço Público e o privado, inclusive na questão da “estabilidade” no emprego.
Mas têm “parasitas” não só entre os servidores públicos, porém no próprio Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, entre os detentores de mandatos eletivos, senadores, deputados, vereadores, e mesmo “concursados”, juízes, desembargadores, ministros de tribunais, procuradores, todos denominados “agentes políticos”. Portanto a gama de “parasitas” no setor público não estão somente entre aqueles relacionados pelo Ministro Guedes, os servidores públicos. O “elenco” é infinitamente maior.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

Nenhum comentário: