sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Adélio Bispo, que esfaqueou Jair Bolsonaro, recusa oferta da PF de delação premiada

O homem que esfaqueou Jair Bolsonaro recusou oferta da Polícia Federal para fazer delação premiada. Adélio Bispo foi diagnosticado com uma doença mental. Por isso, a Justiça o considera inimputável.
Adélio foi ouvido, na quinta-feira (31), no Presídio Federal de Campo Grande pelo delegado da Polícia Federal em Minas Gerais, Rodrigo Morais. Ele é o responsável pelo inquérito que apura a existência de comparsas ou mandantes da tentativa de homicídio.
Segundo reportagem do jornal ‘Folha de S. Paulo’, confirmada pela TV Globo, Adélio Bispo repetiu que agiu sozinho, negou que o atentado tenha sido encomendado e não quis fechar um acordo de delação premiada por considerar que não tem nada a acrescentar às investigações.
O processo principal foi concluído em julho. Adélio é comprovadamente o autor da facada, mas como foi diagnosticado com transtorno delirante persistente, não pode ser responsabilizado penalmente.
O juiz determinou, então, que ele cumpra medida de segurança por tempo indeterminado. Atualmente ele recebe tratamento psiquiátrico no presídio em Campo Grande, para onde foi levado logo após o crime, em setembro de 2018. O advogado Zanone Júnior passou a ser responsável por Adélio perante a Justiça, é o curador.
Adélio Bispo já pediu à Justiça transferência para um presídio estadual que fique mais perto da família em Montes Claros, Minas Gerais. O advogado Zanone Júnior é contra. Disse que teme pela vida do cliente. Ele também afirmou que vai deixar o caso e dar lugar a um defensor público.
Logo depois da tentativa de homicídio de Jair Bolsonaro, Zanone Júnior se apresentou espontaneamente para defender o esfaqueador, o que provocou questionamentos sobre quem teria pagado os honorários.
Zanone afirma que recebeu dinheiro vivo de um homem, frequentador da mesma igreja de Adélio em Montes Claros. Mas nunca o identificou.
O presidente Jair Bolsonaro chegou a entrar em choque com a Ordem dos Advogados do Brasil quando pediu quebra do sigilo telefônico da defesa de Adélio, com o objetivo de descobrir um suposto mandante do crime. Até hoje, as investigações não indicaram a participação de terceiros.
O Palácio do Planalto não quis se manifestar.

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