segunda-feira, 11 de novembro de 2019

CPMI das fake news visa o monopólio da mentira para um grupo ✰ Artigo de J. R. Guzzo

 Não se pode arrumar nada de melhor, em matéria de indignação falsa, do que essa CPMI das notícias falsas. A ideia que querem vender é a de que “a sociedade” está preocupada com o que se chama de fake news e que políticos de alma pura, que jamais disseram uma única mentira, vão acabar com esse problema e salvar o Brasil de qualquer informação que não seja 100% verdadeira.
O bonito, na história, é que não há um átomo nem sequer de honestidade, franqueza ou boas intenções em nada do que está sendo feito pelos parlamentares. É tudo falsificação em estado integral.
Não há ninguém, entre os campeões da luta contra as fake news, que tenha interesse real em acabar com a circulação de informações mentirosas nas redes sociais.
O que querem, isto, sim, é proibir a circulação das mentiras dos outros e garantir o pleno trânsito das suas próprias falsificações.
Para deixar a coisa ainda pior, fingem que são capazes de solucionar uma questão insolúvel. Todo mundo está cansado de saber que é perfeitamente impossível, desde Gutenberg, impedir a publicação de notícias falsas na imprensa, ou nas emissoras de radio e TV, ou na internet, ou no raio que seja.
Só o público pode lidar direito com essa questão – dando crédito a quem relata corretamente os fatos e banindo os falsários do seu círculo de atenção. Querer que a autoridade do Estado se meta nisso, para “regular” as notícias e fazer o bem geral, é pedir a instalação de censura.

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