domingo, 10 de novembro de 2019

Lula livre: a vantagem estratégica ✰ Artigo de Thiago Rachid

É instintivo. Nosso senso de justiça se manifesta rapidamente diante de uma situação desproporcional entre crime e castigo. O líder que construiu o maior esquema criminoso da história da corrupção universal passou apenas 580 dias na cadeia. Sua condenação se deu por delitos graves, porém irrelevantes no contexto da grandiosa máquina criminosa que comandou durante o período em que seu partido ficou no poder central. Lula está livre e nós estamos sendo moralmente afrontados com sua liberdade.
O cenário, porém, é de guerra. Na guerra o que importa é a inteligência, a estratégia para atingir a paz. O inimigo da paz no Brasil não é Lula, é o pensamento e os métodos do espectro político de Esquerda, a maior desgraça que já se abateu sobre a face da Terra, cujos efeitos produziram pelo menos cem milhões de mortos, sofrimentos incalculáveis, gigantescas injustiças e muitos outros resultados opostos às promessas do socialismo.
Lula é a cara da Esquerda brasileira. Um notável encantador de burros que só engana aquele percentual de convertidos que sempre estará do lado errado da caminhada humana sob o Firmamento. E se por um lado Lula não recebeu a justa punição pelos crimes que cometeu – se é que existiria condições de punir proporcionalmente uma das piores criaturas que já passaram por esse mundo – por outro lado ele está marcado para sempre como um corrupto, um cleptocrata.
A saída de Lula do cenário político-partidário-eleitoral seria um sopro de vida para o verdadeiro inimigo: o pensamento e os métodos de Esquerda no Brasil. O surgimento de novas lideranças seria como a multiplicação de novos vetores de contaminação do país por este vírus letal que é o esquerdismo. Lula é um líder criminoso e, como tal, tem um teto.
Isso não significa que a volta de Lula não traga problemas. Traz sim. Lula inflamará a militância criminosa que inspira e trabalhará junto com José Dirceu para comandar ações violentas Brasil afora, tentando reproduzir no Brasil os episódios que desestabilizaram o Chile e seu presidente. E, ainda que o Brasil não seja o Chile e Bolsonaro não seja Sebastian Piñera, essa tentativa de convulsionar o país trará dificuldades para a retomada da economia brasileira e para a paz social que o novo governo vem tentando construir. Porém, Lula personifica e simboliza o inimigo. Sua ausência tornaria o inimigo invisível, difuso e abriria espaço para novas lideranças que demorariam a ser identificadas pela sociedade como criminosas. E o Brasil não aguentaria esperar tanto.

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