É um caso de se fazer uma pesquisa detalhada, mas aparentemente não existe na história do Brasil nenhum ministro que tenha sido derrotado tantas vezes, em tantos casos diferentes e durante tanto tempo como o ministro da Justiça, Sergio Moro – e ainda assim, para surpresa de todo mundo, continua dando expediente todos os dias em Brasília, pouco depois que o sol se levanta.
Daqui a pouco vai completar 1 ano inteiro no seu gabinete. Deveria ter ficado não mais que 1 mês, por tudo o que o noticiário diz dele.
O problema, pelo jeito, talvez seja de deterioração cognitiva – quando Moro ganha, as pessoas dizem que ele perdeu (essas “pessoas” são gente que não gosta do ministro, e justiça seja feita, há uma multidão que não gosta de ver o homem nem “pintado de outro”. Você sabe muito bem por que não gostam).
Para fechar o ano, a Câmara aprovou o pacote anticrime, apresentado pouco depois que ele assumiu. Pois aí está: foi outra derrota do ministro. Como assim? O pacote não foi aprovado? Foi, mas estava “desidratado” – e, portanto, não vale nada.
“Desidratado” é a palavra-código utilizada hoje para dizer o seguinte: qualquer projeto, programa, realização, etc. que não saia 100% como seus autores pretendiam tem de ser retirada da coluna de “ganhos” e ir para a coluna de “perdas”. No caso, saíram do pacote anticrime duas medidas que estão sendo tratadas, neste exato momento, em outros projetos de lei. E se forem aprovadas? Vão dizer algo assim: “Moro sofre nova derrota; não foi ele quem aprovou o que queria aprovar”.
Enquanto isso, o ministro é o homem mais popular do país.
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