A beatificação de Ricardo Coutinho acaba de ser revogada pela sétima fase da Operação Calvário.
"O Ricardo Coutinho iria engrandecer a política nacional se ele fosse candidato ao Senado”, diz no vídeo gravado em 2018 o ex-presidente Lula. “O Brasil não pode prescindir de um homem de caráter como o Ricardo Coutinho”. A beatificação do então governador da Paraíba acaba de ser revogada pela sétima fase da Operação Calvário. Na ultima terça-feira (17), o Brasil ficou sabendo que foi ele o chefe da organização criminosa que, entre 2011 e 2019, desviou para as contas bancárias dos quadrilheiros mais de R$ 135 milhões. Esse dinheiro deveria socorrer as áreas de educação e saúde.
Coutinho caiu fora do país antes que a polícia chegasse. Considerado foragido pela Justiça, o exemplo de retidão louvado por Lula agora figura na lista vermelha da Interpol. Também foi incluído na longa relação de políticos que o chefão do PT tentou canonizar e acabaram no xilindró. Em 2010, por exemplo, Lula avisou num palanque que os fluminenses tinha o dever moral de reeleger Sérgio Cabral. Condenado a mais de 200 anos de gaiola, o ex-governador do Rio lidera o campeonato nacional da ladroagem.
Também nesta semana, Agnelo Queiroz protagonizou outra colisão frontal entre um larápio na vida real e um estadista inventado por Lula. “O Distrito Federal precisa continuar governado por esse companheiro que é um exemplo de honestidade”, declamou o palanque ambulante antes de descobrir como é a vida numa cela. Na quarta-feira (18), a revelação de mais maracutaias ocorridas na reforma do estádio Mané Garrincha reduziu dramaticamente a distância que separa Agnelo do pátio de um presídio.
Como Lula só admira casos de polícia, os elogios que elegiam até postes hoje só servem para identificar delinquentes ainda em liberdade. As discurseiras que davam votos agora dão cadeia.
Augusto Nunes - Jornalista
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