domingo, 29 de dezembro de 2019

A truculência da Brigada Militar do RS "vence" a repressão de 64 ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira

A abertura de vagas na Brigada Militar do Rio Grande do Sul para assimilar gente sem o mínimo preparo psicológico, covarde, mal-educada, truculenta e completamente despreparada para a função policial-militar, tem provocado absurdos tão grandes que nem na época mais “dura” da repressão militar se viu algo parecido.
Mas a grande diferença entre a repressão dos “anos de chumbo”, no Regime Militar (1964 a 1985), e a “democracia”, que teórica e supostamente (será?) teria sido (re)implantada a partir de 1985, reside em  que nos “anos de chumbo” a repressão era dirigida única e exclusivamente contra grupos que não se conformavam com a “virada” de 31 de março de 1964, usando todos os meios e recursos violentos, inclusive armas de fogo e explosivos, para afastarem os novos governantes e retomar o poder perdido, dentre os quais se destacavam os delinquentes políticos ou ideológicos chamados “subversivos” e  “terroristas” que, incrivelmente, mais tarde, passaram a receber indenizações milionárias, em função  da tal “lei de anistia”, que continua ainda hoje  a render “milhões” para esse tipo de gente, numa espécie de “teta-sem-fim”. E após transcorridos 50 anos dos acontecimentos!!!
Mas enquanto os terroristas, como a ex-Presidente Dilma Rousseff, e subversivos, efetivamente eram combatidos e caçados pelo aparelho repressivo do Regime Militar, nenhuma violência militar, ou policial, foi usada contra as pessoas comuns, contra a sociedade civil organizada, que conseguiu viver em paz durante todo esse período.
Durante o Regime Militar, ou “Ditadura”, como preferirem, não só as pessoas “comuns” eram respeitadas pelos militares e policiais, como também a sociedade vivia no mais absoluto regime de segurança pública, sem temor de assaltos, furtos, roubos e agressões variadas, a qualquer hora, do dia ou da noite, e em todo lugar. As pessoas podiam passear, ir ao cinema, ao futebol, ao teatro, fazer piquenique, pescar, enfim, ir a e ficar em qualquer lugar, com plena segurança.
Mas após os militares devolverem o poder aos políticos civis, a “coisa” mudou radicalmente. O índice de criminalidade progressivamente foi subindo às alturas. Ninguém mais passou a ter tranquilidade e paz para viver, não só nas ruas, como também dentro das suas próprias casas.
As pessoas passaram a viver reclusas, “enjauladas”, dentro de uma espécie de prisão invertida, dentro das suas casas ou apartamentos, colocando toda espécie de obstáculos, travas, chaves, grades, alarmes, vidros quebrados, não para impedir que alguém saísse para fora das suas moradias, como é nas cadeias, porém para que os criminosos  não conseguissem “entrar”.
Desse modo, se olharmos hoje o Brasil “lá de cima”, como o bom programada exibido pela Globo News, sairá nessa “fotografia” um país que será confundido com uma gigantesca penitenciária invertida. Essa foi a prisão onde a sociedade civil teve que passar a viver, após 1985.  As pessoas do bem ficaram “presas”. Os bandidos “soltos”.
Não bastasse, porém, a insegurança pública quase absoluta hoje vivida pela sociedade civil, agora também se verificam muitos “excessos” policiais-militares, que antes não se verificavam, por parte de integrantes da própria Policia Militar da Brigada do Rio Grande do Sul, por exemplo, certamente dentre outras.                                                      
Durante os festejos de fim de ano tivemos que assistir episódios absolutamente lamentáveis e inadmissíveis de Policiais Militares da Brigada Militar do RS que, provalecidamente, chegavam a “despejar” famílias inteiras dos seus carros, não importando as idades e o estado de saúde dos seus  ocupantes, se crianças ou velhos, deixando-as ao relento em plena rodovia, sempre com um “guincho” de prontidão, ”à espera”,  evidenciando por trás um baita “esquemão”, envolvendo a Brigada Militar, o DETRAN, e os seus “depósitos” (caríssimos), inclusive motivadas por pequenas irregularidades documentais, fáceis de acontecer na verdadeira “parafernália” que se tornou a cobrança dos impostos e taxas obrigatórias dos veículos  automotores, e que teriam mil e uma outras maneiras de serem contornadas, sem o “sequestro” dos carros e a violência contra os seus ocupantes.
Passei por essa maldita experiência em duas ocasiões, a primeira no final do ano de 2018, junto com a minha mulher, logo após eu ter alta de longa hospitalização, por causa do atraso da “porcaria do seguro”, que jamais me enviaram para pagar, e que eu nem sabia que estava atrasado, quando me expulsaram do carro, com minha mulher, e o guincharam, deixando-nos em plena rodovia, distantes da “civilização”, sem terem esse “idiotas” a mínima noção do perigo que isso nos representaria
Na segunda ocasião, lá pela metade de 2019, também uma blitz de estrada me parou, no mesmo lugar (na cidade de Osório), e mesmo que não tivesse havido nenhuma irregularidade, seja de infração às regras de circulação, seja com a minha ou a documentação do carro, o “cara” - nem digo “animal”, porque isso seria ofender injustificadamente os animais - me encheu de desaforos, por nada, na frente da minha mulher, invocando a sua “autoridade”. E perto desse” cara” tinha um colega seu com fuzil em punhos me olhando e mostrando a sua força. Cheguei até a confundi-lo na ocasião com um dos personagens capangas do ditador da Coreia do Norte, “Kim Jong-um”, que figuram no programa “A Praça é Nossa”, do SBT.                   
Denunciei esses episódios nos jornais, e mesmo na OAB/RS, mesmo sabendo que não daria em nada, como efetivamente não deu em nada, como mostram a repetição desses acontecimentos, com outras pessoas, nesse final de ano de 2019.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

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