João de Deus e Abdelmassih já se preparam para o recomeço das consultas.
Só os muito ingênuos e os muito malandros qualificam de fake news a breve soltura dos criminosos mantidos em prisão preventiva.
Essa espécie de gaiola é a próxima vítima dos seis ministros que, ao determinarem que só pode ser considerado culpado quem tiver rejeitado o último recurso encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, universalizaram a inocência.
Durante a sessão do STF que proibiu o começo do cumprimento da pena depois da condenação em segunda instância, Gilmar Mendes festejou o sucesso da profecia enunciada há meses: "Temos um encontro marcado com as prisões alongadas de Curitiba".
O gerente da grande fábrica de habeas corpus já marcou outro encontro, agora nacional, com todo tipo de prisão. Ele acha extensa demais qualquer temporada na cela que ultrapasse 15 minutos.
Roger Abdelmassih e João de Deus, por exemplo, já se preparam para o recomeço das consultas. Quem vê as coisas como as coisas são enxerga nessas sórdidas figuras uma dupla de estupradores. Aos olhos de meia dúzia de ministros, são dois cidadãos que merecem a proteção da presunção de inocência.
Podem apostar: quando o Carnaval chegar, Abdelmassih e João de Deus estarão prontos para desfilar no bloco "União da Bandidagem". Talvez consigam um lugar no carro alegórico do destaque insuperável: Lula, naturalmente.
Augusto Nunes - Jornalista
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