O presidente Jair Bolsonaro foi eleito porque assumiu uns poucos, mas muito claros, compromissos com o eleitorado brasileiro. O maior deles foi derrotar Lula – ou a figura que escalaram para fazer o papel de “Lula” nas eleições de 2018, inclusive obrigando o infeliz a usar na campanha uma máscara com a cara do chefe.
O outro grande compromisso foi ser um comandante incansável na luta contra a corrupção, traduzido por seu apoio declaradíssimo ao então juiz Sergio Moro. No meio dos dois, houve as promessas de trabalhar com determinação pela liberdade econômica e pela competência administrativa em seu governo.
O primeiro compromisso foi muito bem cumprido, pois Lula jamais teve um adversário tão genuíno, agressivo e intransigente quanto Bolsonaro – na verdade, nunca entendeu bem como alguém teria peito para fazer isso, num mundo político onde seus maiores adversários, o PSDB, sempre morreram de medo de falar mal dele.
Bolsonaro também está tirando notas altas na qualidade do seu governo. Em termos de resultados concretos, ele e alguns dos seus principais ministros têm um balanço claramente positivo nestes primeiros dez meses de administração. Sobra o combate à corrupção.
É certo que não há notícia de um único caso de corrupção nos primeiros escalões do governo desde o dia em que Bolsonaro assumiu a presidência. Não há nomeações safadas, de parentes ou de cúmplice, para nenhum cargo nas altas esferas – Banco do Brasil, Banco Central, CEF, Petrobras e todo esse universo federal que se estende ao infinito.
Mas onde ele vai fazer a prova dos noves na luta contra a ladroagem, a prova que não deixa nada em dúvida, é na escolha dos ministros do STF que terá direito a fazer. Em seu atual mandato já serão dois – o primeiro no ano que vem, quando Celso de Mello completar a idade-limite, em novembro.
Vamos ver, então, o quanto foi sério o seu compromisso de combater a corrupção. Pode ficar ciscando, com conversinha de “ministro evangélico”, ministro do “Nordeste”, ministro disso, ministro daquilo. Ou pode escolher alguém da linha puro-sangue de Sérgio Moro – e são muitos os que têm essas credenciais. É aí que Bolsonaro mostrará, sem mais nenhuma dúvida, de que lado realmente está.
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