A maioria dos ministros do STF, ela mesma, decidiu transformar a luta contra a corrupção liderada pela Lava Jato numa questão política.
É uma tarefa muito difícil, para qualquer brasileiro que esteja com os seus circuitos mentais funcionando normalmente, acreditar que a corte de justiça mais alta do país esteja mesmo interessada, como jura todos os dias a maioria dos seus ministros, em manter uma posição de imparcialidade absoluta em questões políticas.
Eles argumentam que seu Deus é “o texto da Constituição”, e que jamais vão ceder “às pressões da rua” para combater a corrupção – combate que consideram “político”, e não jurídico. A Justiça não pode se deixar contaminar por isso, dizem.
A verdade é que a maioria dos ministros do STF, ela mesma, decidiu transformar a luta contra a corrupção liderada pela Lava Jato numa questão política. Decidiu, ao mesmo tempo, ser claramente parcial nesta questão – tomou o partido dos corruptos contra as autoridades judiciárias que querem sua punição.
Não pode haver uma prova mais definitiva da opção feita pela cúpula do STF do que uma declaração de seu próprio presidente, numa palestra recente para banqueiros – justo para banqueiros.
“O Brasil ficou travado quatro anos no moralismo, enfrentando questões de ordem e esquecendo o progresso”, disse ele, sob aplausos da plateia. A tradução, em português claro, é a seguinte: “Não há progresso sem corrupção”.
Isso é política, e não Direito.
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