domingo, 15 de dezembro de 2019

A cara é de esquerda, a vida é de milionário ✰ Artigo de J. R. Guzzo

Uma manifestação de rua na capital do México, contra a presença no país do ex-presidente da Bolívia e um dos seus grandes promotores da exportação de cocaína, mostra que cada vez mais gente entende o que é o verdadeiro “socialismo” do século XXI na América Latina.
É, antes de qualquer outra coisa, roubalheira em estado puro. Uma das faixas da passeata trazia uma das melhores definições que se pode fazer hoje dos “homens de esquerda” do nosso continente, disfarçados de “bolivarianos”, “sandinistas”, “lulistas”, etc.: “Pensam como Marx, governam como Stalin e vivem como Rockefeller”. Alguém seria capaz de vir com algum resumo mais preciso do que são, na vida real, os novos revolucionários da América?
No meio da faixa, entre os retratos de outros cardeais da esquerda latino-americana, estava o do ex-presidente Lula. É claro: mesmo lá fora ele já não consegue esconder que sua vida não tem mais nada a ver com a fantasia do “homem do povo” sustentada há anos por sua máquina de propaganda.
Nem ele se lembra quando viajou em seu último voo de carreira – há anos só sabe o que é jatinho. Vive no meio de nababos. Não carrega embrulho, não abre uma porta, não põe a mão no bolso para nada. Fila de ônibus? Ele não sabe mais o que é fila, nem o que é ônibus. Virou um “líder de esquerda” latino-americano.

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