Alguém pode esperar cinco minutos de honestidade das gangues partidárias que mandam em tanta coisa dentro do Congresso Nacional? Claro que não – não dá para esperar nem cinco segundos de comportamento honesto, pois essa gente tem um instinto natural tão forte para a prática do crime que rouba o erário automaticamente, sem falhar nunca.
Está passando dinheiro por aí? Então vamos roubar, e já, antes que apareça algum problema. Seu último golpe: a Comissão do Orçamento da Câmara, onde a maioria é formada por delinquentes, acaba de chutar para R$ 3,8 bilhões (1 bilhãozinho de dólares, só isso), a verba do “Fundo Partidário” para o ano que vem. Iam meter a mão em R$ 2 bilhões – o que já era um assalto horroroso. Mas conseguiram praticamente dobrar a aposta.
Esse dinheiro, que sai direto dos impostos que você paga todos os dias, não vai servir ao “financiamento democrático da atividade política”, ou a qualquer propósito de interesse público. Vai para o bolso dos chefes das gangues, sem fazer escala, e será gasto em exatamente tudo o que eles quiserem.
Achou ruim? Pois é pior do que você acha. A melhor parte dessa trapaça ficou a cargo de ninguém menos que o filho do presidente da República, nosso super-herói da luta “contra a corrupção” – e justo esse Flávio Bolsonaro, que parece não se contentar nunca em andar no lado escuro da rua; está sempre querendo algo mais.
Ele votou a favor do roubo, é claro, mas disse que foi por “engano”. Pode? Ele acha que pode: acabou se distraindo, coitado, e optou por enfiar a mão no seu bolso. “Agora não dá para voltar atrás”, lamentou-se Flavio. Claro que não dá: se desse, ele iria pensar em alguma outra saída. Foi exatamente por não isso que votou a favor do roubo.
Mas uma coisa a gente tem de reconhecer: o arrependimento foi lindo.
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