Aconteceu antes de o ano acabar: a taxa de juros foi reduzida para 4,5% ao ano, coisa jamais vista na história econômica deste país. Estava em 5% – o que já era o nível mais baixo desde que o governo passou a fazer o acompanhamento oficial da Selic e regular esses números, em 1986.
Agora, cai mais ainda, e a bússola continua apontando sua caminhada rumo a território francamente desconhecido – cada vez mais ao sul. Onde vamos parar desse jeito? Se ninguém fizer nada, o Brasil ainda vai acabar caindo no meio dos países civilizados, onde os juros, salvo em momentos de tumulto econômico, são sempre baixos.
Ficam entre 1% e 3% ao ano, e não servem como meio de vida para bancos e aplicadores. Quer ganhar dinheiro? Vá empreender alguma coisa útil, e não fique querendo fazer fortuna só com juro alto.
Economias de primeira classe têm, frequentemente, “juros negativos” – ou seja, abaixo da inflação, o que faz o sujeito perder dinheiro, na verdade, quando deixa o seu dinheiro rendendo em aplicações financeiras.
Estima-se que haja no mundo, neste momento, entre 15 e 18 trilhões de dólares (isso mesmo, trilhões) estacionados em investimentos com remuneração “negativa”.
O Brasil, com essa última redução nos juros, passa a emitir sinais ainda mais claros de que pode estar tomando um caminho parecido: cerca de 30% das aplicações financeiras atuais, aqui, já estariam com rendimento abaixo da inflação.
A “ciranda financeira” na qual Lula, o PT e os “economistas de esquerda” dançaram durante anos a fio está vivendo tempos difíceis. É por isso, entre outras vantagens, que tantos magnatas querem ver seus amigos de volta ao governo.
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